sexta-feira, outubro 22, 2010

Oportunidades e ameaças com o adensamento dos empreendimentos de grande porte no litoral/interior fluminense

Nesta semana a pedidos, o blogueiro reuniu para debate, um conjunto de informações que têm circulado ciirculado neste espaço, sobre os empreendimentos de grande porte (industriais e logísticos) que estão previstos ou, já em instalação, no teritório que se espalha da região metropolitana do nosso aestado, ao extremo norte na divisa com o vizinho estado do Espírito Santo. Na observação do mapa abaixo é possível ver a tendência da concentração destes investimentos no litoral, ocupando as últimas áreas "virgens" até então existentes, no estado e na região sudeste. Com exceção do enclave do setor de petróleo, baseado em Macaé, que já estava instalado e se expandido com as novas descobertas no pós-sal e pré-sal e que estão paulantinamente entrando em produção, os demais empreendimentos se tratam de novas instalações que, pelo porte, têm grande potencial de oportunidades e ameaças. A nossa região tem em Macaé e seus arredores, um bom exemplo do que não se pretende que seja repetido, em termos de ocupação desordenada do solo e falta de regulação do poder público para determinar regras e um planejamento adequado, que acaba sendo melhor para todos, tanto para empreenddores, quanto para a população, a que historicamente já habitava este território, e ainda, a que migrou em busca das oportunidades de emprego e geração de renda. Em janeiro de 2008, este blogueiro escreveu um artigo (veja aqui) sobre a instalação do empreendimento do Açu, suas oportunidades e ameaças, em que estão descritas preocupações e ações necessárias de serem planejadas e executadas, que agora, quase três anos depois, merecem ser observadas e relembradas, não apenas na região do Açu, mas em todo o litoral fluminense, da capital, à divisa com o estado do Espírito Santo. Por fim, é importante ressaltar que a amplitute e os espaços onde serão instalados os empreendimentos fazem com que eles se interliguem numa interseção e sinergia que aumentam as oportunidades e também os problemas que serão gerados. Por conta disto, é possível deduzir, que só uma vigorosa e articulada ação do governo do estado e dos municípios, estruturados sob a forma de consórcios, poderão dar conta de minimimizar as ameaças e potencializar as possibilidades.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ministro denuncia novamente trabalho escravo em Campos e região

22 de outubro de 2010

Ministro Paulo Vannuchi(Divulgação)

O ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, denunciou nesta sexta-feira(22) a persistência de práticas análogas ao trabalho escravo na região norte do estado do Rio de Janeiro, onde se concentra a lavoura canavieira. Ele participou, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), da entrega do Prêmio João Canuto, concedido a entidades e personalidades que se destacaram na defesa dos direitos humanos durante o ano.

Vannuchi fez um balanço positivo do tratamento da questão durante os oito anos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas apontou o exemplo fluminense como preocupante.

“A Organização Internacional do Trabalho faz um relatório anual e o Brasil é apresentado como o programa mais exemplar para o mundo inteiro. O presidente Lula determinou, em 2003, que isso fosse uma prioridade. Eu cheguei a alimentar a ilusão de que seria capaz de terminar o período de governo com o trabalho escravo erradicado, mas isso não aconteceu. Lamento que o Rio de Janeiro – inclusive o Comitê Popular pela Erradicação do Trabalho Escravo no Norte Fluminense é um dos premiados – começa a ter uma nova incidência preocupante”, disse Vannuchi.

O representante do Comitê Popular pela Erradicação do Trabalho Escravo no Norte Fluminense, Juvenal Rocha, afirmou que a situação na região é grave, principalmente entre os cortadores de cana. “Nos últimos três anos, os casos têm aparecido mais, de forma oficial, pela atuação do comitê e pelas operações do Ministério Público e da Polícia Federal. No ano passado, a cidade de Campos teve 715 casos, sendo considerada a capital nacional do trabalho escravo. Este ano já temos 217 casos, o que é menos do que no ano passado, mas não sabemos se haverá aumento, pois agora é o período das rescisões de contrato. A prática acontece com os cortadores de cana locais e os migrantes, que vêm de várias regiões do país”, denunciou Juvenal.

O Prêmio João Canuto foi oferecido pelo Grupo de Pesquisa do Trabalho Escravo Contemporâneo (Gptec) da UFRJ e pelo Movimento Humanos Direitos (MHuD) aos seguintes ganhadores: Comitê Popular pela Erradicação do Trabalho Escravo no Norte Fluminense, Alexandre Anderson, MV Bill, Conselho Indigenista Misionário (Cimi), Leonardo Sakamoto, Movimento 11 de Dezembro, Zilda Arns (in memoriam), dom Xavier Gilles de Maupeou d´Ableiges e Instituto Materno Infantil de Pernambuco (Imip).