quarta-feira, dezembro 13, 2006

Estudo do IBGE que aponta Campos como o 6° PIB merece questionamento

Mais uma vez o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulga o PIB dos municípios brasileiros no ano de 2004 colocando Campos em sexto e Macaé em oitavo nos maiores PIBs entre os 5.571 municípios brasileiros. Campos e Macaé se juntam a Guarulhos (SP) e Duque de Caxias (RJ) como as únicas da relação que não são capitais. Nesta avaliação o IBGE identificou que apenas dez municípios brasileiros concentram 25% de toda a riqueza produzida no país. A relação dos dez municípios é: 1) São Paulo (capital); 2) Rio de Janeiro (capital); 3) Brasília (DF); 4) Manaus (Amazonas); 5) Belo Horizonte (MG); 6) Campos dos Goytacazes (RJ); 7) Curitiba (Paraná) 8) Macaé (RJ); 9) Guarulhos (SP) 10) Duque de Caxias (RJ). O grande questionamento sobre esta metodologia é a de considerar toda riqueza do petróleo produzido em nosso caso no litoral como sendo do município o que é no mínimo questionável. Porque ele não movimenta riquezas no município para além das parcelas dos royalties e das participações especiais que são pagas aos municípios. A fundação CIDE-RJ ligada à Secretaria Estadual de Planejamento divulgou a poucos dias este mesmo PIB não incluindo a riqueza do Petróleo e encontrou entre seis e sete vezes menor no caso de Macaé e Campos. PIB per capita sete vezes maior com o petróleo Para se ter uma idéia desta distorção, o PIB de Campos com a inclusão da riqueza do petróleo (pelo IBGE) alcança a magnífica quantia de R$ 21,3 bilhões e sem o valor do petróleo (CIDE-RJ) apenas R$ 3,1 bilhões. Em Macaé, com o petróleo (IBGE) R$ 18,3 bilhões, sem o petróleo (CIDE-RJ) R$ 3,9 bilhões. Em valores per capita: Campos com o petróleo (IBGE) R$ 50.495,00 e sem o petróleo (CIDE-RJ) apenas R$ 7.521,00; Macaé com o petróleo (IBGE) R$ 120.602,00, sem o petróleo apenas (CIDE-RJ) R$ 25.921,00. No caso de Quissamã, no ano passado esta diferença chegou a até 23 vezes, este ano, pelos dados divulgados até aqui pelo IBGE, não foi possível fazer os cálculos como feito acima para Campos e Macaé. Ano passado, este blog já havia publicado, no dia 18 de novembro, nota sobre este questionamento. Veja aqui (veja no arquivo de novembro do blog, as notas do dia 18 os diversos comentários sobre este mesmo estudo referente a 2003). Ano passado O professor Rodrigo Serra do CEFET Campos e da Ucam-Campos já havia também questionado tal análise quando fez a provocação chamando o PIB de "Produto Ilusório Bruto". Veja aqui o quadro comparativo que ele divulgou ano passado no dia 20 de dezembro.

2 comentários:

Anônimo disse...

Roberto !

Começo achar que a cidade de Itú é registro histórico.
Royalties, PIB, Número de Prefeitos, Desapropriações e agora as Obras.
Cidade grande, monumental ! Pequeno são os que querem democratrzar esta grandeza !

Rodrigo Serra

Roberto Moraes disse...

Olá Rodrigo,

Este estudo que o IBGE está repetindo ano a ano me faz lembrar do Quadros.

"Forças ocultas" cada vez maiores para aumentar o fatiamento do bolo dos royalties.

Abs,